21 agosto 2010

OMS faz alerta para nova superbactéria NDM-1

A OMS alertou para o surgimento de nova bactéria, denominada de NDM-1 (New Delhi metallo-lactamase). O organismo internacional apelou para que autoridades sanitárias de todo o mundo monitorem a bactéria, que mostrou grande resistência aos antibióticos que hoje são usados no mercado. A OMS também quer que governos limitem o acesso da população aos antibióticos para tentar evitar o surgimento de superbactérias resistentes aos remédios.

No dia 11 de agosto, a revista especializada The Lancet publicou estudo mostrando que a nova bactéria super-resistente não teria dado qualquer sinal de enfraquecimento diante de sua exposição a quase todos os antibióticos conhecidos mesmo os destinados para infecções por bactérias multi-resistentes, por ter uma nova enzima. No início do ano, médicos indianos já haviam feito o alerta sobre a superbactéria.



Os indianos advertiram que ela poderia se espalhar rapidamente, a NDM-1 já foi encontrada na Índia, no Paquistão e em Bangladesh, mas também já foi detectada em 37 doentes do Reino Unido que estiveram em regiões asiáticas. O vetor de transmissão teria sido os próprios pacientes. O fato de que a Índia realiza cirurgias estéticas em europeus e americanos, pode ser a causa de que a NDM-1 se estenda a todo o mundo, alertam os autores do estudo, entre eles David Livermore, diretor de monitoramento das resistências na Health Protection Agency, do Reino Unido.

As viagens internacionais e o turismo médico ajudaram a propagar esta bactéria resistente aos medicamentos e que poderá levar mesmo ao fim dos antibióticos, avisaram os cientistas. Na Bélgica, um cidadão que havia viajado para o Paquistão, morreu em junho passado por causa desta superbactéria.

Uma segunda estirpe da superbactéria NDM-1, resistente a antibióticos, foi identificada na França, no caso de uma mulher que esteve hospitalizada na Índia e que foi transferida este mês para um hospital francês, divulgou hoje um especialista. “A mulher desenvolveu uma infeção urinária devido a uma enterobactéria NDM-1, mas agora está bem”, disse, em declarações à agência noticiosa AFP, Patrice Nordmann, especialista do Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica francês (Inserm).

O gene foi na sua maior parte encontrado na bactéria bacilar gram-negativa Escherichia coli , uma causa comum das infecções urinárias e da pneumonia, bactéria essa altamente resistente aos antibióticos. Os autores do trabalho afirmaram que aquele gene poderá ser facilmente copiado e transferido entre diferentes bactérias, o que sugere “um alarmante potencial de propagação e de diversificação entre as populações de bactérias”.


De acordo com Patrice Nordmann, estas situações vêm confirmar e justificar as medidas anunciadas pelo diretor-geral de saúde francês, Didier Houssin, que alertou para a necessidade de detetar as bactérias multi-resistentes em casos de transferência de doentes de outras unidades hospitalares. “Confirma igualmente que a origem da superbactéria se encontra no subcontinente indiano”, disse ainda o especialista francês.


Fontes: dailymail, Diário Digital / Lusa, BBC UK, Diário da manhã

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