ATIVAÇÃO CARDÍACA:
A ativação ventricular para propósito didático pode ser representada como um vetor inicial pequeno da esquerda para direita no septo interventricular seguido por um vetor grande da direita para esquerda que representa a ativação da parede livre do ventrículo.
AS DERIVAÇÕES:
Para
podermos analisar corretamente estes vetores é necessário termos um ponto de referência para observa-los , que seja
padronizado e em posicionamento prático.
Consideraremos que o coração tem apenas dois planos :o FRONTAL e o HORIZONTAL
e a partir daí colocaremos nossas referências para observar a ativação do
coração.
O PLANO FRONTAL:
O plano
frontal foi o primeiro a ser analisado utilizando como referência os membros
:braços esquerdo , direito e perna.
1)BIPOLARES: Foram a base do sistema de orientação vindo
a formar as derivações padrões: DI, DII , DIII.
O sistema é simples ligando sempre dois membros:
DI- braço direito +braço esquerdo DII- braço direito +perna DIII- braço esquerdo +perna
DI- braço direito +braço esquerdo DII- braço direito +perna DIII- braço esquerdo +perna
Através disto criaremos um triângulo equilátero chamado o
Triângulo de Einthoven:
UNIPOLARES:O
segundo ponto de referência do plano frontal também usa os membros
porém como
só um dos pólos
ligando a um ponto
nulo hipotético.
Este ponto nulo é considerado no infinito
aumentando ao máximo a representação gráfica destas
derivações(AUMENTADAS-A).
AVL-
Braço esquerdo aumentado
AVR-
Braço direito aumentado
AVF-
Perna aumentada
Inserindo estas no triângulo Eithoven temos:
Unindo
as bipolares e unipolares temos formado o sistema
de referência do plano frontal do
eletrocardiograma:
O
PLANO HORIZONTAL
:
Este
plano esta a 90O
do plano frontal passando pelo tórax na região precordial. Temos
pontos de referência específicos os quais são:
V1-no
4o
EIC. à direita do esterno
V2-no
4o
EIC à esquerda do esterno
V3-no entre V2 e V4
V4-no
5o
EIC na linha hemiclavicular
V5-no
6o
EIC na linha axilar anterior
V6
no 5o
EIC na linha axilar média
Por
estarem mais próximas ao coração sua voltagem será sempre maior
do que as do plano frontal e o QRS terá uma evolução padrão de V1
a V6 aonde veremos o crescimento
do R e a diminuição do S .
Sendo que as derivações direitas(V1,V2,V3) “verão” a ativação
septal(1o
vetor)vindo em direção a elas(positivo) e o vetor de parede livre
de VE (2o
vetor)se afastando. O oposto ocorrera com as orientadas para a
esquerda(V4 , V5 , V6).
O EIXO ELÉTRICO:
Considerando
que o vetor
do ventrículo resultante
seria a soma dos outros com orientação
da direita para esquerda
poderemos calcular seu eixo no plano frontal em relação ao corpo.(O
plano horizontal também pode servir ao cálculo do eixo mas na
prática não é utilizado).O eixo normal é entre –30O
e +90O
.
Para
este cálculo construiremos primeiro um orientador
usando todas as derivações já vistas do plano frontal:
Existem basicamente duas formas de se calcular o
eixo. Primeiro precisamos entender que o vetor , como já explicado
no módulo I aparecerá positivo quando orientado na mesma direção
da derivação observadora , e será cada vez maior , quanto mais
paralelo for desta até se tornar isodifásico ( positivo /negativo)
quando estiver perpendicular a esta. Ao se afastar será negativo e
quanto mais paralelo for o afastamento mais negativo será.
Assim basta procurarmos a derivação mais
isodifásica do plano frontal , está deverá ser a mais
perpendicular, após acha-la basta ver quem é a que perpendicular a
esta e consequentemente esta será a mais paralela , ou seja o real
ângulo do vetor resultante.
EX.:
1)
Observando
a figura nota-se que DI é isodifásico assim é só procurar quem é
perpendicular a este,no caso AVF assim o eixo esta “em cima” de
AVF-90O
.
2)
Nesta
a derivação mais isodifásica é DIII assim a perpendicular a esta
é AVR assim o eixo esta nela que alem de tudo é negativa por o eixo
estará em sua fase negativa que é em +30o
Não precisamos olhar nem se AVR é positiva ou negativa (a figura
inclusiva não mostra ) mas sabemos que DII e DI são positivas assim
a direção do vetor tem que ser para sua fase positiva que cai na
fase negativa de AVR.
3)
Neste
caso a mais isodifásica é AVF e sua perpendicular é DI assim o
eixo cairá em DI ou seja a 0o
.
4)
No
exemplo 4 a mais iso é em DII e sua perpendicular é em AVL sendo o
eixo em cima desta ou seja –30o
.
5)
Neste
exemplo a mais iso é em AVR e sua perpendicular é em DIII que é
negativa assim o eixo irá cair em sua fase negativa ou seja em –60o
.(esta eixo já está fora da normalidade existe um desvio para
esquerda).
6)
6)
Neste
exemplo não conseguimos achar uma derivação mais isodifásica
assim poderemos usar dois métodos no primeiro veremos quem mais se
aproxima de ser iso o que no caso é DII porém notamos que ela é
mais negativa do que positiva.Se ela fosse totalmente iso estaria o
eixo em AVL o que daria –30o
mais com ela é mais negativa teremos que “caminhar”para seu lado
mais negativo ou seja em direção a DIII porém sabemos que ela não
passará de DIII pois quem é perpendicular a esta é AVR que é mais
negativo.Com isto o eixo se localiza entre DIII e AVL –entre
–30o
e –60o
uma boa aproximação seria considerar em –45o
.
O segundo método é feito por etapas :
1o
)vemos em qual quadrante o eixo se encontra:
DI
sendo positivo ela terá que ser entre 90o
e-90o
para o lado positivo de DI
As derivações que o passam neste quadrante são DIII e AVL assim para saber se o eixo esta acima ,abaixo ou em cima de uma delas precisamos ver as suas perpendiculares –AVR e DII respectivamente
Sendo
AVR negativo o eixo estará “para baixo de DIII(>-60o
)e sendo DII negativo o eixo estará “para cima”de AVL(<-30 b="">-30>o
).Assim chegamos a mesma conclusão que o eixo está entre –30o
e –60o
( ou por aproximação em 45o
)
Existem ainda situações em que não conseguiremos
determinar o eixo(raramente)pois o vetor resultante tem uma
orientação que sai do plano frontal chamamos este eixo de
indeterminado.
Exemplo de um eixo indeterminado:
Vemos que todas as derivações estão isodifásicas
assim não temos nenhuma perpendicular ou paralela não podendo
calcular este eixo no plano frontal.